terça-feira, 23 de agosto de 2016

SEMINÁRIO DE SISTEMATIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS





"Quando a gente vive a experiência a gente aprende sobre ela".


Foto: Emely

Nos dias 17,18 e 19 de agosto Núcleos de agroecologia de todo o nordeste estiveram reunidos com o objetivo de socializar saberes e vivências sobre sistematização de experiências, essa atividade é resultado de uma parceria entre a RENDA e a ABA , que através de metodologias da educação popular já tem como meta construir de forma coletiva metodologias sobre a sistematização das experiências da rede.

Para que SISTEMATIZAR? A pergunta que não quis calar...

Foto: Felipe
Com muita integração, foi construído um ambiente pedagógico que acolhia a quem chegava, chamando para "peneirar a farinha", junto. Além, de peneirar a farinha todas e todos, construíram um espaço de exposição e resistência, foi perceptível a emoção de cada um e cada uma que vagarosamente ia colocando uma parte de si e de suas experiências naquele espaço nomeado de "Instalação Pedagógica" que mais era um retrato da identidade dos NEA´s.
Todo o processo também foi escrito com o olhar sensível de Raíssa Theberge que mais uma vez passeou diante de tod@s os presentes, ajudando – os  a perceber que esse também é um instrumento de sistematização de atividades.

Os NEA´s ainda puderam conhecer a experiências que já estão guardadas nas páginas de nossa história. Como a do Sr. Damião, que conseguiu convencer o pai a diminuir a lavoura de cana e começar a plantar hortaliças, uma história contada com toda carga emocional da vivência e do olhar do agricultor para a academia. Para sr. Damião a sistematização sem o registro não pode existir e ele acrescenta: "Só com o registro se existe sistematização".
Foto:Felipe
Conhecemos Fundo de Pastos comunidade de testa branca localizada em  Uauá no estado da Bahia, para o pesquisador Vitor, o segredo para a garantia de uma boa sistematização é: "ouvir,sentir e falar pouco" sendo esses os elementos cruciais para garantir uma boa sistematização de experiência dentro da comunidade e por fim a importância da sistematização para as mulheres da caatinga através dos relatos trazidos por Graciete Santos, que afirma essa experiência como uma forma de garantia de mudança de vida das mulheres que se envolverão no processo de construção da metodologia nos quintais agroecologicos.
No ultimo dia o grupo foi convidado a revisitar a instalação pedagógica construída pelos NEA´s, momento de muita emoção e concentração em torno da pergunta proposta e citada no inicio desse texto e das provocações trazidas em torno do pulsar de cada NEA e de como eles fazem agroecologia em seus espaços, em todo o tempo o grupo foi levado a refletir sobre o papel dos NEA´s nesse momento político do Brasil.
Ainda durante o dia, os grupos de forma coletiva descreveu como cada grupo entendeu a forma oral apresentada  das experiências conhecidas no dia anterior.
Foto: Domênica
Durante o debate e as apresentações, cada questionamento era explicado pela equipe de condução metodológica e a professora Ana Doubeux, NAC-UFRPE, em todo o momento ela trouxe frases que colaboraram com a construção do conceito ligado a sistematização de experiências:
"A experiência nem sempre é o resultado da sistematização, mas a sistematização é uma parte do resultado da experiência, porque temos que escolher o que queremos construir como eixo condutor ."
"A construção da narrativa tem que trazer as frases como foram ditas"
Como transformo uma experiência para mandar para uma revista cientifica? - Não dá para misturar alhos com bugalhos, não temos ABNT para a sistematização. É um processo muito novo para todos nós, vamos pensar qual será a melhor maneira de construir isso para nós. 
"O texto de uma sistematização é coletivo ou seja a linguagem tem que ser na primeira pessoa do plural, não é uma questão de forma, mas uma questão metodológica".
"Quando existe versões contraditórias é importante que as duas versões apareçam no texto".

Foto: Domênica
"Para sistematizar é preciso olhar documentos,escolher textos, pesquisar sobre o assunto e esses documentos servem para identificarmos a experiência; os documentos utilizados não possuem a obrigatoriedade de citar as funções de quem o utiliza. Precisamos descobrir se vamos ou não fazer citações dentro de um produto de sistematização de experiências."


Dando continuidade as atividades os grupos foram desafiados a escolher três experiências que possam ter seu processo de sistematização acompanhados pela ABA que irá valorar principalmente o processo de CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO AGROECOLÓGICO NO NORDESTE.

Foram escolhidas 05 experiências de NEA´s no entanto uma delas abriu mão de sua indicação e saiu do processo de escola permanecendo as que estão abaixo citadas:

1. NEA/UESP (CAJUÍ)
2. AGROFAMILIAR/UFRPE
3. MECA/IFPB
4.NEA/TRILHAS/UEFS - BA

O encontro recebeu ares de encerramento com o convite para a avaliação dos dias de seminário na intenção de responder o que colhemos? O que queremos plantar?.

Foto Domênica
 Ao final todos foram abraçados e cada um seguiu pensando como construir as partes que fazem o todo dessa RENDA.



Por: Domênica Rodrigues
SAIBA MAIS:
Conheçam mais sobre as três experiencias apresentadas no seminário: https://drive.google.com/open?id=0BzNJ9Dy8pHj7NUNoSUZJeGE1Wkk 
Visite a página da Renda: http://renda-ne.blogspot.com.br/


quarta-feira, 10 de agosto de 2016

CURSO DE COMUNICAÇÃO E AGROECOLOGIA


Por: Domênica Rodrigues

Essa é a pergunta que norteia todos os momentos de discussão do Curso de Comunicação e Agroecologia, promovido pela RENDA em Parceria com o Terral[1].

Foto:Domênica Rodrigues

No dia 05, o curso começou com uma atividade mística de chegada onde todos e todas foram convidados, a olhar para si e para o outro na intenção de se perceber parte necessária do espaço de construção de conhecimento que propunha a Rede Nordeste de Núcleos agroecologicos.  Após a mística, cada NEAs foi convidado a construir o nosso mapa da comunicação. Cada Núcleo trouxe para ser apresentado suas experiências praticas ligadas a comunicação e suas expectativas em relação ao Curso de Comunicação Popular e Agroecologia, a cada relato de experiência pudemos perceber que muito já se faz no que diz respeito a Comunicação contra hegemônica.Em todo o momento foi externada a necessidade de um comunicador social que tenha a função direta de comunicador, no entanto, afirmou-se que nas instituições essa célula é a mais frágil.  Conforme citam alguns representantes de núcleos, o papel da comunicação é ressignificar as estratégias de comunicação dominadas por eles para que essas possam servir de base informativa com uma linguagem do campo para o campo:

“Em Mossoró a comunicação ainda esta caminhando, não temos ainda um comunicador.” UERN

“Contratar um comunicador (a) popular é um avanço para as organizações”. Fund. Chapada

“Procuramos fazer uma comunicação diferente e de fácil acesso.” UFC – CE.

“A comunicação que a gente pretende construir é para dar visibilidade à luta dos povos do campo.” Amargosa - BA.

Encerramos o dia com a apresentação da programação e a construção dos acordos para o dia seguinte

 Que Agroecologia queremos fazer?

Esse foi o mote do segundo dia do Curso de Comunicação e Agroecologia, promovido pela RENDA em Parceria com o Terral.

Foto: Domênica Rodrigues

Nesse dia 06 durante todo o período da manhã, assim que se encerrou a mística de acolhida, foi exibido o documentário “O semiárido contado por sua gente”, foi realizada uma roda de conversa sobre Comunicação e Agroecologia, o Centro Sabiá e a Campanha permanente contra agrotóxicos e pela vida, após introdução sobre a comunicação como direito feita por Catarina de Angola do Coletivo Terral,cada convidado apresentou as experiências exitosas no campo da comunicação em relação a cada organização, campanha e ou movimento, sempre alinhando suas palavras a necessidade de garantir a valorização do saber popular e da construção das estratégias de comunicação a partir do campo, para Lau a comunicação deve ser usada como sinônimo de luta, resistência e acima de tudo como a serviço da sociedade. Ela, ainda afirma que mesmo tendo avançado muito os processos de construção democrática da comunicação nos projetos do centro sabiá ainda é preciso sensibilizar mais pessoas para pensar a comunicação: Precisamos ter o discernimento para ter a capacidade de mobilizar mais pessoas do campo para pensar a comunicação. Lau.

Foto: Domênica Rodrigues

A Campanha permanente contra agrotóxicos e pela vida, apresentou papel na garanta o grupo presente um pouco do que era a campanha e como a comunicação e as mídias livres tem importante papel na garantia da acessibilidade á informação, aliado a isso ainda afirma que a responsabilidade pela escolha e pela forma como se comunica alguns conteúdos podem dar destaque ou apagar a matéria a ser divulgada e completou afirmando que a comunicação popular é zeladora da memória da comunidade. Alan defende o direito a construção do conhecimento e da comunicação local e defende a valorização do saber camponês construído e divulgado pelo próprio camponês.

Falando um pouco do papel da rede qual o objetivo de curso de Comunicação Popular a equipe RENDA, esclareceu a importância do curso para a manutenção da REDE e de como ela precisa da participação de todos e todas para se manter em movimento para ela: “Esse curso é importante para garantir que essa rede tome corpo , por que acreditamos nos processos mais que nos projetos e o processo seria o da comunicação, e esse é um processo que vai nos ajudar a entender como a comunicação perpassa pelos núcleos e como isso também fortalece a agroecologia e como essa agroecologia esta por dentro da universidade.” Uschi

No período da tarde foram realizadas quatro (04) oficinas temáticas: Radio Vídeo e fotografia, Facilitação Gráfica e Texto para WEB, todas facilitadas por Terral e Raissa aluna da UFRJ que veio compartilhar de seu conhecimento. Todas as oficinas decorreram até o momento do jantar.

A noite a programação cultural foi construída por todos os participantes, tornando esse um momento de integração e mais uma vez de construção coletiva entre cada NEA ali representado.

SOMOS TODOS COMUNICADORES!

Com a conclusão de que todas e todos são comunicadores que chegamos ao final do curso de comunicação, que tratou principalmente do tema como um direito humano.

Na manhã do domingo os grupos trouxeram as produções de cada oficina temática.

Respondendo ao mote:

Como as oficinas vão lhe aproximar do processo de comunicação In loco?

Produção de texto para Web, com Mariana Reis: “Para o NEA essa oficina é importante porque me aproximou do processo de construção de um texto, porque assim a gente pode falar da importância do que estamos fazendo agora de importante para a REDE e para os núcleos”.

Rádio, com Daniel Lamir: “No geral o rádio é uma grande ferramenta, ontem teorizamos os assuntos sobre rádio e aprendemos a fazer um programa de rádio com o celular.”

Facilitação gráfica, Raissa Theberge: “Descobrimos que facilitação e registro é a mesma coisa, aprendemos a trabalhar ás metáforas visuais”

Foto: Domênica Rodrigues

Foto e vídeo, Débora Brito e Méle Dornelas: “Essa oficina mostrou que fazer vídeos e fotos, não é difícil e que para a Rede fortalece o processo de trabalhar o coletivo e para a RENDA uma forma de valorizar os grupos e também cuidar do que estamos fazendo.”

Após apresentação dos grupos foi realizada a avaliação e cada um com a bagagem mais cheia seguiu seu caminho comunicando e tecendo ainda mais os pontos dessa rede.

   

 

Confira as fotos na nossa página: https://www.facebook.com/Rede-Nordeste-de-N%C3%BAcleos-de-Agroecologia-RENDA-200377226984235/photos/?tab=album&album_id=286427775045846

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[1] Terral significa vento ao contrário. O coletivo surgiu a partir da necessidade de se fazer uma comunicação contra-hegemônica. Catarina de Angola
² NEAS - Núcleos de Estudos Agroecologicos / RENDA – Rede Nordeste de Núcleos Agroecologicos

sábado, 6 de agosto de 2016

II FEIRA DE BREJINHO



A comunidade de Vila de Fátima junto com o NEPPAG-UFPE realizaram nos dias 30 e 31 de Julho de 2016 a II Feira de Saberes, Sementes e Sabores do município de Brejinho. O evento contou com a participação de aproximadamente 900 participantes.



No primeiro dia de evento aconteceu uma visita de intercâmbio no campo experimental do Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS) em diversos agricultores e agricultoras tiveram a oportunidade de conhecer as experiências em Fundo Rotativo Solidário e as tecnologias sociais do CEPFS.


No Segundo dia houve troca de sementes crioulas, comidas típicas, apresentações culturais e exposição dos trabalhos desenvolvidos pelas comunidades rurais de Vila de Fátima e região.



Apresentação Cultural