segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

OCUPE PASSARINHO



Por: Cainã Ferraz

O movimento OCUPE PASSARINHO que ocorre na comunidade de Passarinho, na zona norte da cidade do Recife, numa região fronteiriça que separa Recife do município de Olinda. É pensado por organizações locais, assessorias e cooperativas municipais que lutam contra a opressão de gênero, raça e classe social, junto a essas bandeiras a ação tem o objetivo de dar visibilidade às questões ligadas ao direito à cidade e pela possibilidade de viver em uma cidade segura principalmente para mulheres, juntamente com a casa da mulher do nordeste o movimento ocupou a praça de passarinho com atividades formativas durante todo o dia, denunciando de forma lúdica  o descaso do poder público com a comunidade em áreas básicas como lazer, saúde, educação, moradia, transporte, segurança, desenvolvimento local, infraestrutura e meio ambiente. Foi construído um setor de comercialização com barracas de alimentos orgânicos da agricultura familiar do assentamento Chico Mendes III, alimentos veganos e vegetarianos do coletivo as bixas arteiras, além de um brechó de livros, roupas usadas, artigos de cosmética natural, etc. Noutra área da praça foram realizadas oficinas, de contação de histórias, stencil de camisas da campanha contra os agrotóxicos, constelação afetiva, confecção de grafite, compostagem caseira e etc. O NEPPAG facilitou as oficinas de composteira caseira em baldes e a doação de sementes de açaí, feijão de porco e feijão guandu, espécies usadas nos quintais da agricultura urbana de passarinho para recuperação do solo e produção de alimentos. Além da doação de composto líquido e sólido, provenientes da nossa experiência caseira de compostagem. Durante todo o dia houveram várias apresentações culturais, desde teatro e grupos de música popular. A leitura da carta política construída pela comunidade para reivindicar as melhorias sociais a serem realizadas pelo poder público, foi o momento mais importante do evento, termos desta carta deixam bem claro que a movimentação social da comunidade tem muita maturidade e discernimento para reivindicá-los de forma concreta  apresentamos os quintais produtivos das mulheres de passarinho, transformados em consciência coletiva e ativismo político social.  Após a leitura da Carta Cléa,(Espaço Mulher), indagou: “Uma coisa que eu queria destacar é para o desenvolvimento econômico. Passarinho não conta com nenhum programa de geração de renda. A gente conversou com a Secretaria da Mulher [do Recife], pedimos para oferecerem oferta de geração de renda para a comunidade, especificamente para as mulheres, já que elas são na maioria as chefes de família, que sustentam suas casas vendendo suas revistas Avon, são manicures, cabeleireiras”, destacou,Cléia.  Por uma comunidade para todas e todos!
Edição e revisão: Equipe Renda e NEPPAG
Texto e fotos : Domênica Rodrigues - RENDA e Emely  -  NEPPAG

Saiba mais: 
Cartografia afetiva :
Sentimentos expressos em mapas que articulam, relacionam, criam elementos, se apresentando em formato de imagem que traz a percepção do(s) olhar(es) de quem o constrói (quase sempre coletivamente / colaborativamente). Como um mapeamento, a Cartografia Afetiva acrescenta a este o fato de extrapolar os elementos físicos, ampliando para sensações diversas.
Fotos: https://www.facebook.com/NEPPAG/photos

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

OCUPAÇÃO NO ESTADO DA BAHIA



Por: Rita Garcia e Domênica Rodrigues
              O ato de sistematizar segue para além de um simples registro de atividade. Sistematizar é tornar possível revisitar espaços da memória afetiva de outras culturas e de experiências por nós vivenciadas. Para isso não existem receitas, nem metodologia pronta é observar e ir escrevendo, desenhando, cantando, filmando, clicando, escrevendo. De forma que cada signo colocado dentro do instrumento a ser sistematizado sirva de fonte inspiradora para outros grupos e redes. 

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“A sistematização é um instrumento que permite olhar analítica e criticamente para o vivido e experimentado. Ao examinar de perto os resultados e os impactos alcançados pela experiência, torna- se um exercício constante de monitoramento e avaliação das atividades, necessárias para o contínuo aprimoramento da ação”. 2012/09/ASPTA


A decisão pela ocupação foi tomada pela grande maioria dos estudantes, mas por motivos diversos, entre eles familiares, somente um grupo de mais ou menos trinta (30) ocuparam o espaço da cantina e construíram várias ações, participaram de manifestações e aulas públicas com o apoio do SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica). A partir das falas nas rodas de prosa sobre as dificuldades do convívio coletivo, do convívio entre estudantes secundaristas e da graduação, a participação nas manifestações e principalmente pela indicação das temáticas solicitadas para aulas gratuitas ministradas por voluntários percebeu-se que a experiência vivida poderá contribuir como um recado ou entendimento dos anseios e necessidades da juventude. A primeira ação para compreensão das dificuldades e decisão em realizar uma atividade e nesse caso a sistematização desse momento de aprendizado, por exemplo.
Após assistir e discutir sobre os aspectos mais relevantes do filme “Narradores de Javé”, os estudantes falaram a respeito da importância em contar suas histórias por acreditar que somente quem vivencia uma experiência tem conteúdos para discutir, narrar e despertar o sentimento de pertencimento desenvolvido pelo grupo durante a ocupação, dado que se aplica ao modelo parcial que a mídia tem em seus noticiários.  Nesse mesmo dia decidiu-se por estabelecer uma agenda para iniciar uma leitura colaborativa e conversação a respeito.
Conforme cita Holliday, sobre a necessidade de observar o processo de sistematização como uma possibilidade de caracterizar e compreender como se deu certa ação, experiência educativa e ou organização popular: Cada experiência de educação, animação e organização popular é única e irrepetível; mas isso não significa que podem ser entendidas e mantidas isoladas, cada uma dentro de sua “própria verdade”. Qualquer prática social transformadora tem intenções, apostas, desenvolvimentos e resultados que definitivamente servem de inspiração, iluminação ou advertência a outras práticas semelhantes. Holliday, Oscar Jara,2006.p.31   
Assim sendo, do ponto de vista pedagógico, as reuniões, o rememorar dos acontecimentos, as reflexões, a busca do consenso poderão contribuir no amadurecimento de estratégias de ação para futuros enfrentamentos nos movimentos estudantil e político dos quais os estudantes participam e no fortalecimento das atividades coletivas no campus Santa Inês - BA.
 


Links para pesquisa: 


Texto: Profa. Rita Garcia - IF CAMPUS - Santa Inês - BA e integrante da RENDA
Edição: Domênica Rodrigues - Equipe RENDA
Revisão: Valcilene Rodrigues - Equipe RENDA